Opção 1 – Seu dinheiro vai sumir.
Opção 2 – Seu dinheiro vai sumir.
Por enquanto, não tem escapatória, meu chapa. Seu dinheiro vai sumir. A implementação do mundo idealizado pelos tecnocratas onde você não terá nada e será feliz já está ocorrendo. É o empobrecimento programado.
Acontece que o caminho que nos levará à distopia foi bifurcado, e existem duas alternativas para o dinheiro. Mas antes de mais nada, você já se perguntou por que o seu dinheiro vale o que vale?
Bom, vamos dar um pulinho ali na esquina do passado e a gente já volta.
O seu salário – aquele mesmo que mal dá pro mês – tem origem na palavra Salarium. Esse era o nome do pagamento que os soldados romanos recebiam por volta de 100 A.C., especificamente pra comprar sal. O sal era uma especiaria extremamente importante na época. Além de temperar os alimentos, era usado na preservação de carnes e peixes, fazendo a função do freezer, numa época em que nem a eletricidade existia.
O sal era tão importante que já foi usado como moeda de troca. E é provável que outros artigos também tenham sido usados como moeda. Ao contrário do que você já deve ter ouvido, o conceito do dinheiro acompanha o homem desde os primórdios da civilização.
Mas a primeira moeda de que se tem notícia – moeda mesmo, física, e não apenas conceitual – foi feita na Lídia (atual Turquia) por volta do Séc. VII A.C. e era forjada em elétron, uma liga de metal que misturava ouro e prata.
Durante muito tempo, tivemos moedas de ouro e de prata. Até que, por volta do século VII D.C., na China, foi inventado o papel moeda, mas ele só foi usado em larga escala lá pelo século X, durante a Dinastia Song.
Se as antigas moedas tinham valor porque eram forjadas em metais preciosos, o que dava valor às notas? Bom, existia um avalista para esse primeiro papel moeda da história: O Governo Imperial.
Mas calma que não é tão simples. Durante a dinastia Song, o governo imperial precisou tomar várias providências para garantir o valor do dinheiro. E você provavelmente conhece todas essas providências. Afinal, são elas que garantiram o valor do dinheiro até os nossos tempos.
1. Lastro em Metais Preciosos:
As primeiras notas de papel moeda eram frequentemente lastreadas por reservas de metais preciosos, como ouro e prata. Isso ajudava a garantir que poderia haver uma conversão da nota em um ativo tangível, o que legitimava o valor do papel moeda. Lembre-se que aquela sociedade dava valor às moedas porque eram cunhadas em ouro e prata, metais preciosos.
2. Autenticidade e Segurança:
O governo chinês implementou várias medidas de segurança para garantir a autenticidade das notas, incluindo o uso de marcas d’água, impressões complexas e outros elementos de design que dificultavam a falsificação.
3. Emissão Controlada:
Somente o governo tinha o direito de emitir papel moeda, o que significava que havia controle sobre a quantidade de notas em circulação. Isso ajudava a evitar a hiperinflação, que poderia ocorrer se houvesse uma emissão excessiva de papel moeda. Pense aqui numa pizza. Quanto mais pedaços você fizer dessa pizza, menores serão as fatias. Portanto, quanto mais dinheiro for emitido por um país, sem que a riqueza deste país aumente, menos o dinheiro emitido valerá.
4. Aceitação Geral:
O governo promovia o uso do papel moeda em todas as transações oficiais, contribuindo para sua aceitação geral. À medida que mais comerciantes e cidadãos viam o papel moeda sendo usado no comércio diário, a confiança nela aumentava.
5. Regulamentação:
O Império Chinês estabeleceu regulamentações e leis referentes ao uso do papel moeda, reforçando a ideia de que ele era uma forma legítima de moeda. Essas regulamentações garantiam que as pessoas fossem penalizadas por falsificar notas ou não aceitá-las como meio de pagamento.
6. Confiança no Governo:
A estabilidade e a credibilidade do governo também desempenharam um papel muito importante. A lealdade e a confiança do povo no governo e na administração imperial ajudaram a garantir que as pessoas aceitassem o papel moeda.
7. Uso Prático:
Com a expansão dos mercados e a crescente complexidade das transações comerciais, o papel moeda se mostrou prático e conveniente em comparação ao transporte de grandes quantidades de moedas metálicas. Isso ajudou a consolidar seu uso e aceitação.
Com o passar do tempo, governos no mundo inteiro foram adotando o uso do papel moeda. Tinha mais valor o dinheiro dos governos mais confiáveis, mais ricos, que tinham mais condições de imprimir notas difíceis de serem falsificadas e que promoviam a circulação desse dinheiro.
As reservas em ouro e prata eram como uma garantia de que o dinheiro em circulação tinha valor.
A coisa foi sendo padronizada e o ouro, principalmente, era o metal referência que dava valor às moedas.
Mas por que o ouro?
Bom, o ouro é relativamente raro na natureza, o que o torna valioso e difícil de encontrar. Sua escassez contribui para a sua percepção como um bem valioso.
O ouro não oxida, não se corrompe e não se deteriora com o tempo. Isso significa que pode ser armazenado indefinidamente sem perder valor.
O ouro pode ser facilmente dividido em peças menores, permitindo que ele seja usado para realizar transações de diferentes valores. Isso facilita a troca e o comércio.
Embora seja denso e pesado, seu alto valor em relação ao seu peso a torna uma forma prática de armazenar riqueza. Isso é importante para o comércio, onde a facilidade de transporte do valor é crucial.
Cada unidade de ouro possui propriedades idênticas, o que proporciona um padrão uniforme de valor. Isso é fundamental em um sistema monetário, pois permite que o valor seja facilmente reconhecido e aceito.
Fora tudo isso, o ouro sempre foi símbolo de riqueza em várias sociedades, desde o Egito antigo até as civilizações da Mesopotâmia e Roma. Essa tradição contribui para a confiança contínua em sua utilização.
Também é um metal difícil de falsificar devido às suas propriedades físicas e químicas. Isso aumenta a segurança e a confiança nas transações que envolvem ouro.
Por fim, embora o preço do ouro possa flutuar, ele tem uma tendência a manter seu valor ao longo do tempo. Isso faz com que seja uma reserva de valor frequentemente usada durante períodos de incerteza econômica.
O padrão ouro começou a ser usado formalmente no Reino Unido quando o Parlamento Britânico adotou-o oficialmente em 1816. A partir de então, o valor da libra esterlina foi atrelado a uma quantidade específica de ouro.
O padrão ouro foi amplamente adotado por várias nações ao redor do mundo na segunda metade do século 19. Durante a Conferência Monetária Internacional de 1867, muitos países europeus e outras nações começaram a usar o padrão ouro como base para seus sistemas monetários.
No padrão ouro, os governos não só garantiam, mas mantinham uma reserva em ouro que dava valor real ao dinheiro. Nos países mais confiáveis, se um cidadão quisesse, poderia trocar suas notas pelo valor correspondente em ouro. As reservas em ouro eram o lastro do dinheiro que lhe conferiam confiabilidade e facilitavam o comércio internacional.
Logo após o estopim da primeira guerra, nos EUA, o investimento bélico fez com que o governo imprimisse muito dinheiro. E aí, lembra da pizza? Pois é, sem o aumento das reservas em ouro, a impressão desenfreada de dinheiro fazia com que ele perdesse o seu valor. Com as nações envolvidas na guerra em grave recessão e o dólar americano sendo impresso além das reservas em ouro, os americanos passaram a confiar muito mais no ouro do que na moeda corrente como poupança. Essa pressão sobre as reservas de ouro e a consequente desconfiança dos americanos com o dólar foi um dos fatores que levaram os EUA a uma recessão. Bancos quebravam na medida em que não conseguiam atender aos saques de todos aqueles que queriam fazer reservas em ouro. A insegurança fez o consumo cair e a quebradeira foi geral. O dinheiro em circulação diminuiu.
Em 1933, para combater os danos, o governo de Franklin Roosevelt acabou com o padrão ouro doméstico, o que significava que os americanos estavam proibidos de possuir ouro, exceto em joias e algumas outras exceções.
E foi com a segunda guerra mundial que os EUA conseguiram sair da recessão econômica. A indústria bélica despontou, houve geração de empregos em larga escala e os EUA se tornaram credores de todas as nações que se enfraqueceram com os conflitos. Em 1944, representantes de 44 países se reuniram em Bretton Woods, New Hampshire, EUA, para discutir a reforma do sistema monetário internacional e para criar um novo ordenamento econômico pós-Segunda Guerra Mundial.
Ficou estabelecido que o dólar americano seria associado ao ouro, e outros países atrelariam suas moedas ao dólar, que se tornaria a principal moeda de reserva mundial.
Mas durante as décadas de 60 e 70, o dólar enfrentou mais uma onda de instabilidade. Com déficits na balança de pagamentos e inflação aumentando por uma série de fatores que não vem ao caso agora, os EUA não podiam mais garantir a estabilidade de sua moeda. Os países começaram a aumentar suas reservas em ouro e a pressão fez com que o presidente Nixon rompesse com o sistema de Bretton Woods, terminando definitivamente com o padrão ouro no mundo.
Desde então, o sistema financeiro internacional é regido pela flutuação cambial. As moedas agora, sem lastro em ativos físicos, eram puramente fiduciárias, ou seja, seu valor dependia exclusivamente da confiança e do aval dos governos. Lembram do primeiro papel moeda da história que era garantido pelo governo imperial?
Pois é, parece que fizemos uma longa viagem para voltar à estaca zero, não é mesmo?
A diferença é que agora são vários países com suas moedas bem ou mal avalisadas por seus governos e pela economia internacional. O que não mudou é o desejo por parte de uma elite financeira de controlar o mercado mundial.
O sonho dessa elite é ter uma moeda hegemônica, assim como foi o dólar por um período, mas ainda mais poderosa.
Com o surgimento de outras superpotências como a China, por exemplo, ameaçando o protagonismo americano, mega-corporações e fundos bilionários atuando internacionalmente e provocando terremotos econômicos, com a globalização e o consequente esfacelamento dos estados nacionais, tudo isso aliado aos avanços tecnológicos que permitiram a digitalização do dinheiro, há uma pressão fortíssima por uma moeda internacional, controlada por um poder tecnocrata central.
O seu dinheiro, que já foi sal, que já foi ouro, que já foi papel com lastro em ouro, virou promessa. Virou nota promissória. Virou talão de cheques. Virou cartão de crédito. Com o acesso ao sistema financeiro pulverizado, quase ninguém anda mais com dinheiro vivo no bolso. O dinheiro virou informação digital. E passamos a ter moedas totalmente digitais, sem lastro em ouro. Mais ainda, moedas que têm valor, independentemente do aval de governos. A primeira que começou a fazer um estrago foi o bitcoin. E aqui é que passamos a viver uma distopia mesmo.
Você já viu um bitcoin? Eu também não.
Lógico. Pergunta idiota. Bitcoin é informação digital. E você não segura informação digital na sua mão.
Mas vamos fazer um esforço pra entender. Afinal, o mundo está cada vez mais digital e você precisa saber se movimentar na matrix.
A mensagem que você digita no celular é informação digital. Não. Não tem tinta. É só código binário mesmo. Uma moeda digital é assim também. É digital, mas não é moeda de verdade. Simples, não?
Quem já usa bitcoin, guarda onde? Óbvio. Numa carteira digital. Não é muito diferente da sua conta bancária, se você parar pra pensar. Tá legal, hoje, você ainda consegue sacar dinheiro da sua conta bancária, mas se a moeda for digital, não há o que sacar. O dinheiro é aquele mesmo. Como um texto que você nunca vai imprimir. Vamos esquecer por hora – apenas pra efeitos didáticos – que, se todo mundo resolver sacar todo o dinheiro do banco, hoje, não há montante suficiente. Então, onde está o dinheiro? Bom, como eu disse, vamos esquecer isso provisoriamente.
Voltando ao bitcoin, cada transação em moeda digital é um registro da operação. Como se você criasse um bloco de informações, que é criptografado, o que significa que só quem tem uma chave específica pode acessar o bloco.
Exemplo: você tem 5 bitcoins na sua carteira digital e vai transferir 3 pra minha carteira. Então vai ficar registrado que você tinha 5 bitcoins, passou 3 pra mim e agora tem 2 bitcoins, enquanto a minha carteira ficou mais gorda. Essas informações correspondem a um bloco que estará ligado aos blocos que vieram antes – que davam conta de como você havia chegado aos 5 bitcoins – e aos blocos que vierem depois.
E quem garante que a transação foi concluída? Todos os computadores – chamados de nodos – que estão conectados no sistema. A chancela é descentralizada. A partir do momento que um bloco foi criado e validado pelos nodos, não pode ser apagado, está acorrentado aos outros blocos. É o sistema de Blockchain. É ele que manda, parceiro.
Você tá achando ruim? Pois saiba que governos no mundo inteiro estão digitalizando o dinheiro e fazendo a transição para um sistema de blockchain.
Lembra que eu falei que não há dinheiro suficiente no mundo se cada um quiser o que é seu? Pois é. Seu dinheiro já sumiu. Tudo o que existe hoje é dívida. Por isso, o sistema de blockchain pode dar mais credibilidade ao nada que você usa pra comprar sua comida.
Porém, diferentemente das transações em Bitcoin, onde ninguém é dono da corrente, no caso dos governos, que estão a serviço de mega-corporações e fundos bilionários, o sistema é mais sinistro. Quem vai dizer se o seu bloquinho vale ou não é o poder tecnocrático central.
Mas isso só pode acontecer porque os estados foram enfraquecidos. Se cada país tiver sua moeda e houver ainda nações e povos independentes, garantimos um sistema em que haverá flutuações, mas todos poderão sobreviver, ora um mais rico, ora outro.
Acontece que o mundo dominado por tecnocratas funcionará como um cassino. Como a banca sempre ganha, a tendência é que todos vão empobrecendo enquanto os donos da casa enriquecem. É por isso que há um forte movimento pela recuperação do poder dos estados nacionais frente ao monstro tecnocrático em que está se transformando o mundo.
Eu disse no início deste vídeo que o seu dinheiro iria sumir.
A opção 1, você já entendeu. Ele pode virar moeda digital.
Agora vamos à opção 2.
Bom, se você já acompanha o 5º Elemento e já assistiu ao Geoeconomia, com Arthur Machado, já sabe do que se trata. Mas se não assistiu, melhor sentar, porque a maldade é grande.
Crédito de Carbono. Essa é a nova moeda que, assim como o bitcoin, já está em circulação e, apesar de ter sofrido alguns reveses nos últimos tempos, é uma ameaça seríssima à humanidade.
O crédito de carbono como moeda é a inversão da lógica do comércio de bens e serviços.
Se antes você trabalhava e ganhava o pagamento pelo seu trabalho, ou seja, recebia o que seu empregador lhe devia, agora é você quem nasce devendo ao planeta e deve trabalhar para pagar a sua dívida. O que você ganha deve ser sempre menos do que o que você produz, afinal, você deixa uma pegada de carbono no mundo, você contribui para o aquecimento global apenas por respirar.
Todas as teorias sobre aquecimento global, mudanças climáticas, malthusianismo ganhando força, tudo isso não existe por acaso. Assista ao documentário Máfia Verde aqui pelo 5º Elemento pra começar a entender como as elites globais atuaram para inverter a lógica da criação e fazer da natureza um Deus.
O crédito de carbono como moeda tem um lastro maligno cravado no ódio ao ser humano. É a moeda da morte, e é fácil entender porquê.
Se todos nós sabemos que nenhum dinheiro no mundo paga uma vida humana, atrelar a vida do homem à destruição do globo significa precificar a própria vida. Vamos chegar ao ponto em que não haverá mortes humanas suficientes para pagar a dívida da humanidade com o planeta.