O barco dos empreendimentos verdes está afundando no mundo inteiro, mas, ao que parece, o Brasil será a boia de salva-vidas de inúmeros investimentos e, principalmente, investidores.

O governo Lula não terá sua gestão marcada por obras, investimentos internos ou mesmo assistência ao povo pobre. A grande marca do atual governo parece ser o dinheiro de impostos e empresários para financiar o lucro dos oligarcas que empurraram a agenda verde pela nossa goela.

Paul Polman, ex-CEO da Unilever, já deu declarações muito esclarecedoras: o Brasil está fazendo a transição energética como ele orientou, e que os países ricos devem ajudar o Brasil a não explorar mais petróleo. E como nossos olhos mostram, não estamos explorando o petróleo e investindo pesadamente na transição energética.

Já é perceptível a natureza dos investimentos verdes. Sua complexidade e volatilidade demandam análise técnica apurada — quiçá relações privilegiadas. Só com mão de obra muito qualificada é possível ter lucro nesses empreendimentos.

Apenas a elite, os antenados nas últimas novidades das finanças verdes estão lucrando, enquanto todos nós estamos pagando a conta do financiamento público desses empreendimentos.

Quem ainda lembra da Ambipar? Quem lembra das suas ações e dos lucros vertiginosos que seus investidores tiveram?

A notícia de que o governo havia transferido a gestão das terras indígenas — que representam cerca de 14% do território nacional e provavelmente são abundantes em recursos naturais — para um grupo privado se espalhou rapidamente pelo país. Poucos dias depois, a empresa privada Ambipar anunciou a captação de quatrocentos milhões de dólares no mercado internacional por meio da emissão de “green notes” – títulos de dívida atrelados a projetos e ações voltados à sustentabilidade.

O envolvimento de uma empresa privada na administração de uma área equivalente a 14% do território nacional representa um ativo estratégico. Essa vasta extensão territorial pode ser usada como garantia para atrair mais investimentos verdes nos mercados financeiros internacionais, permitindo que o governo Lula tenha sua própria “campeã nacional verde”.

Como se não bastassem esses escândalos, Lula ainda quer criar uma agência reguladora para monitorar o mercado de créditos de carbono. Será que existe a mínima chance de o governo Lula levar em conta a equidade do mercado de créditos de carbono e no meio ambiente, ou essa agência reguladora será uma garantia de mercado desigual para as oligarquias globalistas?

A financeirização da política ambiental não é novidade alguma; seus fundamentos foram delineados já em 1987, durante o Quarto Congresso Mundial de Áreas Selvagens, realizado em Denver, nos Estados Unidos. Esse evento ocorreu quase simultaneamente à divulgação do influente relatório Nosso Futuro Comum, da Comissão Brundtland, que introduziu o conceito de “desenvolvimento sustentável”.

Na ocasião, figuras proeminentes do setor financeiro, como os bilionários Edmond de Rothschild e David Rockefeller, o então secretário do Tesouro dos EUA, James Baker, e o magnata canadense Maurice Strong, fundador do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), juntamente com altos representantes do Banco Mundial, do Fundo Monetário Internacional (FMI) e das Nações Unidas, discutiram a criação de uma estrutura financeira global para atividades de conservação ambiental.

Existe a mínima chance de ser sobre o Brasil e o meio ambiente?

Não é sobre os lucros do soberano verde?

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