
Para qualquer pessoa sã, Lula é uma figura contraditória, no mínimo paradoxal, e, por isso, um político pouquíssimo confiável.
O atual presidente ocupa o hall de personalidades que falam sobre amar cachorrinhos enquanto fazem salsicha com carne canina. Age como agia o presidente americano Woodrow Wilson, que falava sobre paz, prosperidade e conciliação mundial, enquanto providenciava financiamento, passaportes e moradia para revolucionários sanguinários da estirpe de Leon Trotsky.
Lula jura de pés juntos ser um combatente da fome, uma alma sensível o suficiente para que a mera imaginação de alguém faminto dentro das fronteiras tupiniquins cause perturbação incurável em sua consciência.
Mas, a exemplo de Wilson, o discurso aveludado nunca é acompanhado da mera ajuda a um Trotsky; geralmente, esconde crimes contra a humanidade e seus concidadãos.
E Lula, na prática, combate a fome aumentando vertiginosamente os gastos públicos, destruindo os setores produtivos — sem falar em associações com narcoterroristas, ditadores, financiamento de obras no exterior, lobby com grandes corporações e conspiração contra o próprio país —, aumentando a inflação e acusando produtores e donos de mercado de serem os causadores da alta dos preços dos alimentos.
Lula alegou em entrevista que o preço dos alimentos está alto porque os donos de mercado e produtores de alimento estão vendendo mais caro para lucrar, chegando a afirmar que o Brasil está vivendo um dos melhores momentos economicamente.
Bem, Lula elevou os gastos públicos — e, por consequência, os déficits governamentais — a níveis exorbitantes. Qualquer economista de esquina sabe que os gastos com transição energética — que só servirão para atrasar o desenvolvimento brasileiro, impedir que a hegemonia americana seja ameaçada nessas bandas e dar algum lucro para os oligarcas de Davos —, luxos de Janja da Silva, aumento de ministérios para angariar apoio e isenções e crédito para campeões nacionais, não tirarão da pobreza qualquer cidadão brasileiro de baixa renda.
É claro, isso não é pura e simplesmente incompetência; Lula jamais teve a intenção de combater a fome, mas de usar o aparelhado Estado brasileiro para criar a nova elite dominante do país.
O plano petista para o Brasil nunca foi destruir o establishment que gritou aos quatro ventos que odiava, mas substituí-lo por uma versão mais agressiva e opressora que a anterior.
As contradições de seu discurso aparecem na camada mais fina de suas ações; sua política para a economia nacional tem efeitos totalmente contrários a de um combatente da fome.
Mas isso não é pura e simplesmente hipocrisia, desvio de caráter ou mentirinha de um candidatozinho querendo se sobrepor através de retórica populista; é um método para manter o poder.
Na verdade, Lula não pretende erradicar a fome, quer apenas administrá-la e fazer bom uso político dela na melhor das hipóteses.
Assim como Wilson não pretendia acabar com os conflitos, mas administrá-los — ou ajudar seus senhores a administrá-los —, Lula também não quer e jamais quis combater a fome.
A depender da posição política, Lula talvez tenha interesse em combater os famintos.