E aí? Direita , esquerda ou centro?
Infelizmente, o debate público brasileiro se reduziu a essa ninharia, como se o pensamento fosse um teste de múltipla escolha.
Para os tacanhos de sempre, o Brasil é uma balança com dois pratos: Socialismo e Liberalismo. Há os radicais de cada lado e aqueles que pulam de um pro outro, buscando o equilíbrio. Pensando melhor, uma balança talvez seja imagem sofisticada demais. Estamos mais pra uma gangorra enferrujada com diabinhos remelentos fazendo peso em cada extremo.
Isso se dá por uma incapacidade cognitiva da maioria dos nossos agentes políticos de articular diversas áreas do conhecimento humano e de ordenar valores morais.
Quando o livre pensamento é obliterado por ideologias como Marxismo e Iluminismo e o homem é obrigado – pela lógica dessas ideologias – a amputar a dimensão transcendente da vida humana, surgem ideias absurdas. Como diria Chesterton, louco não é aquele que perdeu a razão, mas aquele que perdeu tudo, menos a razão.
É dessa “razão sem fé” que nasceu o liberal-conservador.
Os arautos desta contradição em termos, que é o liberal-conservadorismo, falam como se tivessem a resposta para os problemas do mundo. Julgam-se a “direita sensata”.
Mas toda a sua “sensatez” está alicerçada numa moral imanente, que não passa de um conjunto de regras absolutamente relativas ou relativamente absolutas. A verdade não existe pro liberal-conservador. O que existe são o mercado e os costumes e ele não consegue articular uma coisa com a outra. Por isso, sua escala de valores parece mais uma escadaria de Escher.
O liberal se coloca como opositor ao socialista. Logo, contrapõe a visão de Estado Máximo do socialista com a ideia de um Estado Mínimo. Assim, a gangorra do poder ora pende para governos mais ou menos totalitários, ora para Oligopólios mais ou menos totalitários, ambos oriundos da exploração do povo. E o liberal-conservador? Nada mais é do que o mesmo liberal de sempre, com a diferença de que, agora, ele sinaliza virtude. É um embuste, uma tentativa de cooptar as pessoas de bem. Por isso, é preciso deixar claro: Um Liberal jamais será conservador. E essa história de “direita sensata” não passa de arroto.
De que lado se posiciona o Liberal-Conservador em questões controversas como aborto, eutanásia, comércio de órgãos, perda de soberania das nações, submissão a tribunais internacionais, entre outras? Ou ele vai ser liberal, ou conservador. Percebam que é uma questão de lógica.
Diante da tragédia do Rio Grande do Sul, houve quem defendesse que os preços dos alimentos iriam aumentar mesmo e que nenhuma intervenção deveria ser feita por parte dos governos para diminuir a aflição daquela população.
Discutimos liberação de drogas e jogos de azar. Se dependermos da moral relativa do liberal-conservador – que não passa de uma postura absolutamente amoral – estaremos arruinados em pouquíssimo tempo.
É a “direita-sensata”, representada pelo liberal-conservador, que comanda a ONU, com suas políticas ambientalistas malthusianas. A direita sensata são os globalistas, os Farialimers, os inteligentinhos de pulôver e sapatênis associados aos coachs de internet e à mídia vendida.
Recentemente, Donald Trump, ao defender em seu palanque o fim da imigração ilegal, criticou o presidente de El Salvador, afirmando que ele enviava os criminosos do seu país para os Estados Unidos da América. A “direita sensata” estremeceu. Governos como o de Nayib Bukele em El Salvador ou o de Miley, na Argentina, são defendidos sem ressalvas. É evidente que os dois promoveram alguma melhora na situação de seus países, mas também empunham bandeiras anti-cristãs.
Para a “direita sensata”, é impensável que Trump possa defender a soberania de seu país, se isso significar uma intervenção estatal que contrarie os interesses do mercado.
E um conservador jamais outorgaria ao mercado esse status de onipotência. Errando ou acertando, qualquer governante eleito democraticamente tem o dever moral de zelar pela soberania de sua nação. Mas essa moral deve ser absoluta, referenciada em Cristo. Um conservador jamais fará do mercado o seu deus.
A direita-sensata é um contrassenso.