
Publicado em 25 de Outubro de 2025
A necessidade de restaurar o Brasil é uma unanimidade. Se sairmos às ruas e perguntarmos aos cidadãos se é necessário restaurar o país, a resposta será unânime: sim!
Quem é partidário das políticas de esquerda dirá que é preciso restaurar o Brasil através da perseguição ao bolsonarismo, considerado uma anomalia e uma ameaça à democracia brasileira.
Um indivíduo comum mencionará a roubalheira do PT e poderá até falar sobre a crise institucional e a perseguição jurídica.
Apenas os membros da elite e algumas consciências compradas da grande mídia dirão que a polarização é a causa da nossa ruína e que a pacificação passa por algum acórdão inescrupuloso entre figurões da oligarquia nacional.
É evidente a necessidade de curar o Brasil de alguma enfermidade, mas, como na medicina, o mais difícil é o diagnóstico — não o tratamento do paciente. Quando se trata de uma nação, não é diferente.
Para termos um diagnóstico adequado das mazelas do Brasil, é preciso reconhecer o colapso da consciência nacional, momento em que o país perdeu a capacidade de formalizar sua autoimagem.
Durante a crise do mensalão, foi exposta toda uma rede de corrupção, chantagem e compra de consciências, instaurando uma desconfiança generalizada em relação às elites brasileiras.
Se o partido do presidente da República, no regime de presidencialismo de coalizão, comprou os parlamentares que deveriam fiscalizar suas ações, quem seria confiável?
Diante da podridão institucional, da falta de confiança na elite política e na classe jornalística — que, à época, noticiou o escândalo, mas com o passar do tempo legitimou a presença do PT na arena política —, a ascensão do partido ao poder acabou por ser atribuída à imoralidade do povo e à ruína irrefreável do Brasil.
A ascensão do PT ao poder no Brasil é um episódio histórico muito mal documentado — tanto por tratar-se de um evento recente quanto por ter ocorrido em um período de lapso acadêmico, jornalístico e político. O partido alcançou o poder por meio de práticas criminosas, sofisticadas e de redes de contatos intercontinentais.
O aparelhamento criminoso, a fraude, a compra de consciências, a propina e a perseguição atingiram níveis nunca vistos na história nacional. Tudo isso foi acompanhado de um discurso anti-establishment acerca de distribuição de renda, justiça social e proteção do trabalhador. A chegada do PT ao poder não pode ser interpretada como consequência do declínio social brasileiro, tampouco como reflexo do apetite por assistencialismo. Tal conclusão ignora o vasto aparato criminoso que se enraizou nas instituições nacionais.
Para reconstruir o Brasil, é preciso admitir e compreender que o país não tinha maturidade civil e institucional para lidar com uma quadrilha sofisticada, traiçoeira e articulada internacionalmente.
É necessário compreender que o sequestro das instituições foi promovido para servir a um projeto de opressão e empobrecimento do povo brasileiro, e um dos resultados mais nefastos deste movimento foi a instauração de um narcoestado que já se apresenta a quem quiser ver.
Compreendendo que não foi o povo a causa do apodrecimento nacional e da crise institucional, é possível arquitetar um projeto político voltado à convivência comum, ao desenvolvimento econômico e ao fortalecimento dos laços afetivos com a pátria.
O Brasil não é um lar de bandidos nem um opressor de cidadãos; ele está assim. Essa circunstância é uma ofensa direta ao potencial e à natureza do país.
É preciso retomar o Brasil.