Quem manda e desmanda no planeta Brasil?

Por Daniel Galli

20/02/2025

É corriqueiro no planeta Brasil que as decisões políticas sejam tomadas dos lugares mais exóticos, pelos agentes mais inacreditáveis , nas circunstâncias mais inusitadas.

Os poderes sociais reais não são institucionalizados no Brasil. Os agentes que exercem este poder — ou seja, quem decide a nossa vida —, na maioria das vezes, não estão sujeitos a sanções, eleições ou ouvidorias. 

Veja ao seu redor: quem decide quem pode ou não transitar por determinados bairros nas comunidades de São Paulo ou Rio de Janeiro? Quem decidiu que os investimentos do poder executivo e a agenda legislativa brasileira deveriam girar em torno da transição energética?

Ou mesmo, quem decidiu que assaltantes e assassinos podem ser soltos nas audiências de custódia?

Na maioria dos países do planeta Terra, o exercício do poder cabe aos representantes eleitos, que ocupam postos em instituições políticas, enquanto no planeta Brasil os traficantes têm mais controle territorial que o Estado nacional.

É óbvio: essa situação não é obra do acaso e não surgiu de uma hora para outra.

O PT, enquanto prometia suporte aos pobres, combate à pobreza, justiça social e desenvolvimento econômico, estava, na verdade, aparelhando as instituições do Estado para que servissem ao braço ilegal do movimento comunista da América Latina, os narcoterroristas.

O Foro de São Paulo – que teve Lula entre seus fundadores – prega abertamente a guerra revolucionária e a supremacia do movimento comunista em toda a América Latina. Em 7 de dezembro de 2001, sob a presidência do sr. Luiz Inácio Lula da Silva, o Foro já havia lançado um manifesto de apoio incondicional às FARC, no qual classificava como “terrorismo de Estado” — sim, você já viu essa tática de propaganda sendo usada pelo Hamas — as ações militares do governo colombiano contra essa organização. A mídia inteira e todas as lideranças políticas nacionais, sem exceção visível, abafaram este fato para não prejudicar a candidatura de Lula, lançada meses depois.

Logo após o pleito de 2002, a existência de um conluio entre o presidente eleito e a esquerda radical latino-americana já se tornara ainda mais nítida pela duplicidade de línguas com que o homem falava para o público em geral, ante as câmeras, e para seus companheiros de militância comunista.

Graças a esse longo e pertinaz conjunto de omissões da elite brasileira, a esquerda revolucionária teve todo o tempo e a tranquilidade que poderia desejar para alterar o mapa do poder político brasileiro ao ponto de torná-lo irreconhecível.

Quem manda e desmanda no planeta Brasil, hoje? Quem controla a terra, o direito de ir e vir? Quem controla a Amazônia? Quem administra as terras indígenas?

Nosso problema não é se estamos nos tornando ou não um narcoestado, mas se existe qualquer resquício de Estado ou poder público no planeta Brasil.

Talvez nossos políticos precisem de um intercâmbio com terráqueos para aprenderem como fundar, legitimar e administrar instituições de Estado.

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Uma resposta

  1. “A opinião pública, a opinião comum, sempre atrasou a sociedade; contudo, ela é valiosa, pois, conquanto retarde a evolução social, ela preserva a civilização. A educação da opinião pública é o único método seguro e verdadeiro de acelerar a civilização; a força é um expediente apenas temporário, e o crescimento cultural irá acelerar cada vez mais, se a arma que lança projéteis der lugar à arma pelo voto. A opinião pública e os costumes são a energia básica e elementar da evolução social e do desenvolvimento do estado, mas para que tenha valor, para o estado, deve ser não violenta na sua expressão.

    A medida do avanço da sociedade é diretamente determinada pelo grau com que a opinião pública pode controlar o comportamento pessoal e pelas regulamentações do estado, por meio de expressões não violentas. Um governo realmente civilizado terá chegado quando a opinião pública estiver investida dos poderes do voto pessoal. As eleições populares nem sempre podem decidir corretamente as coisas, mas elas representam o modo certo, até mesmo de fazer uma coisa errada. A evolução não produz, de imediato, a perfeição superlativa, ela faz um ajustamento antes comparativo e de avanço prático.

    Há dez passos, ou estágios, na evolução de uma forma de governo representativo que seja prática e eficiente, e esses passos são:

    1. A liberdade da pessoa. A escravidão, a servidão e todas as formas de sujeição humana devem desaparecer.

    2. A liberdade da mente. A menos que um povo livre esteja bem instruído – preparado para pensar inteligentemente e para planejar com sabedoria –, a liberdade, em geral, causa mais mal do que bem.

    3. O âmbito da lei. A liberdade pode ser desfrutada apenas quando as vontades e os caprichos dos governantes humanos são substituídos pelos atos do legislativo, de acordo com a lei fundamental aceita.

    4. A liberdade de discurso. Um governo representativo é inconcebível sem liberdade para todas as formas de expressão, para as aspirações e as opiniões humanas.

    5. A segurança da propriedade. Nenhum governo pode resistir muito, se deixar de proporcionar o direito ao desfrute da propriedade pessoal de alguma forma. O homem anseia pelo direito de usar, controlar, dar, vender, alugar e legar a sua propriedade pessoal.

    6. O direito de petição. O governo representativo assume o direito de serem ouvidos, que os cidadãos têm. O privilégio de petição é inerente à cidadania livre.

    7. O direito de governar. Não é suficiente ser ouvido; o poder de reivindicar deve progredir até à administração factual do governo.

    8. O sufrágio universal. O governo representativo pressupõe um eleitorado inteligente, eficiente e universal. O caráter desse governo será determinado sempre pelo caráter e pelo calibre daqueles que o compõem. À medida que a civilização progride, o sufrágio, ainda que permanecendo universal, para ambos os sexos, deverá ser efetivamente modificado, reagrupado e diferenciado de outros modos.

    9. O controle dos servidores públicos. Nenhum governo civil será útil e eficiente, a menos que os cidadãos possuam e façam uso de técnicas sábias para conduzir e controlar os cargos e os funcionários.

    10. Uma representação inteligente e treinada. A sobrevivência da democracia depende de um governo representativo que tenha êxito; e isso é condicionado à prática de eleger aos postos públicos apenas indivíduos tecnicamente treinados, que sejam intelectualmente competentes, socialmente leais e moralmente adequados. Apenas com essas precauções pode o governo do povo, pelo povo e para o povo ser preservado.

    (O Livro de Urântia – Pág. 802)

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