O Brasil sob domínio do medo: a estrutura que mantém o sistema de pé

Publicado em 16 de Novembro de 2025

No Brasil atual, cerca de 30 milhões de pessoas vivem sob o controle de organizações criminosas. O problema da segurança pública não é apenas uma questão policial, mas envolve diretamente decisões políticas, financeiras e sociais que, até o momento, pouco avançaram na solução real da crise.

O governo Lula adota discursos brandos que relativizam a crise crescente. O PL Antifacção, esperado como um avanço importante, vem enfrentando resistência dentro da própria base governista. O medo de reconhecer que o crime organizado atua como uma organização terrorista limita medidas duras e claras, e a grande preocupação parece ser com o discurso de “soberania” e a necessidade de passar ao mundo uma imagem de que as coisas no Brasil estão sob controle. Não estão.  Essa relutância demonstra a desconexão entre o discurso oficial e a gravidade da situação no país.

Não dá para deixar de fora da situação a questão das ONGs atuantes nas favelas e comunidades sob domínio das facções. Existem evidências claras de que parte dessas organizações acaba atuando como braço de interesses opostos à segurança pública. O manifesto assinado por 30 ONGs contra a maior operação policial já realizada no Rio de Janeiro deixa explícita a resistência institucional ao combate efetivo da criminalidade. Contudo, pesquisas indicam que 76% dos moradores dessas comunidades apoiam as ações policiais, evidenciando o descompasso entre as demandas da população e as posições de algumas entidades.

O papel do mercado financeiro também não pode ser ignorado. Não se pode reduzir a questão financeira aos trocados nas mãos dos traficantes que atuam no varejo.

A montanha de dinheiro do crime organizado precisa de algo mais estruturado para a lavagem de bilhões de reais. O dinheiro grosso passa pela Faria Lima. Embora a Polícia Federal tenha aumentado em 70% as apreensões de bens e dinheiro do narcotráfico no último ano, dificuldades estruturais e fragilidades regulatórias impedem o combate decisivo à circulação desses recursos ilícitos.

O impacto dessas falhas reflete-se na rotina de uma população que vive com medo. O sistema prisional segue superlotado e apresenta problemas graves de administração, funcionando na prática como um centro de recrutamento para o crime organizado. Jovens que entram sem passagem pelo crime saem integrados às facções e com formação violenta, alimentando o ciclo da criminalidade. A insegurança perpassa a vida cotidiana, criando uma sensação de abandono generalizado, enquanto famílias brasileiras lidam com a perda e o receio constantes.

À medida que essas situações se agravam, a soberania do país fica fragilizada. A combinação de interesses políticos que preferem acomodar o problema, ONGs que resistem ao combate à criminalidade real e um sistema financeiro benevolente ao fluxo ilegal resulta numa situação onde o Estado assume papel secundário nas comunidades.

Sem medidas firmes, o ciclo de violência e medo permanecerá, e a população continuará a ser vítima direta da omissão de quem deveria protegê-la. A segurança pública no Brasil não pode mais ser tratada como tema menor ou espetáculo midiático. É uma questão de garantia dos direitos mais básicos de seus cidadãos.

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