O Brasil é um palco onde política, o pop e capitalismo dançam uma coreografia ensaiada, e o público — nós — paga o ingresso sem perceber. Vamos destrinchar essa trama: Anitta, Lula e Mercado Livre formam um triângulo que não é amoroso, mas oportunista, enquanto os Correios, o velho carteiro da nação, agonizam numa UTI sem oxigênio.
Em 2022, Anitta, a rainha do rebolado e da relevância digital, vestiu a camisa de Lula — não a do PT, claro, porque ela “não é petista”, mas a do pragmatismo. Sua influência mobilizou jovens, turbinou a campanha de Lula nas redes e pintou o ex-metalúrgico como o avô cool que o Brasil precisava. A jogada foi certeira: Lula venceu, e Anitta consolidou seu papel de termômetro cultural, capaz de aquecer corações e votos.
Aí veio 2023, e Lula, já no Planalto, decidiu “salvar” os Correios. Nada de privatização, prometeu. O resultado? Um prejuízo de R$ 597 milhões, um rombo que cresceu como bola de neve em 2024, chegando a R$ 2,1 bilhões. A estatal, que já foi sinônimo de confiança, virou um paquiderme burocrático, sufocado por má gestão e incapaz de competir com a agilidade do setor privado. Enquanto isso, quem entrega de verdade? O Mercado Livre.
Em 2024, Lula abriu as portas do Planalto para os executivos do Mercado Livre, que despejaram R$ 23 bilhões em investimentos logísticos, justo no quintal onde os Correios apanham. A empresa ainda pediu o fim da isenção de impostos para compras internacionais de até US$ 50, uma facada nas concorrentes asiáticas e um tapete vermelho para seu domínio no e-commerce. Em 2025, o Mercado Livre dobrou a aposta: R$ 34 bilhões a mais e Anitta como garota-propaganda do Mercado Pago, seduzindo a mesma juventude que ela politizou anos antes. Coincidência? Só se você acredita em Papai Noel.
A ironia é cruel: Lula, o defensor das estatais, assiste ao colapso dos Correios enquanto abençoa a ascensão de um gigante privado. Não houve privatização formal, mas o abandono estratégico fala mais alto. Deixar a estatal definhar é, na prática, entregar o mercado de bandeja para o Mercado Livre, que agora reina em logística, fintech e influência cultural. Anitta, com seu sorriso milionário, é a cereja do bolo, conectando política, consumo e entretenimento num pacotinho brilhante.
E os Correios? Viraram relíquia, um museu de cartas nunca entregues. O Brasil, sob a batuta de Lula, Anitta e Mercado Livre, não privatiza por decreto — privatiza por omissão. Enquanto o trio celebra, o país espera a entrega de um futuro que, pelo jeito, já foi extraviado.