Independência e oportunismo não caminham juntos

Publicado em 07 de Setembro de 2025

As manifestações convocadas para hoje, um protesto contra a perseguição, a censura e a injustiça, em um dia que o Brasil deveria celebrar sua independência, mostram que tudo está ao contrário. A data cívica, que deveria ser um momento de união e orgulho nacional, se tornou palco para denunciar que a liberdade do país e de seus cidadãos está sob ataque. E, em meio a essa legítima expressão popular, surge o oportunismo político de quem se alinha com o sistema que o povo tenta combater.

É nesse cenário que a recente fala do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, de que o mercado financeiro pode salvar o Brasil, soa como um desrespeito à realidade. Suas constantes visitas à Faria Lima já demonstravam essa visão. Essa retórica não apenas ignora a dor de milhões que vivem à margem de um sistema econômico que serve a poucos, mas também é uma cortina de fumaça para esconder o oportunismo político. A verdade é que este mesmo mercado, com seus lucros bilionários e recordes, é parte do problema, não da solução. A recente operação que revelou possíveis elos entre a Faria Lima e o PCC é mais um exemplo da fragilidade no que o governador apresenta como a salvação do país.

É fácil para um político subir no caminhão, fazer um discurso populista e se apresentar como um defensor do povo, enquanto nos bastidores se alinha com a elite política e os interesses do mercado financeiro. Este comportamento ignora a dor de milhares de brasileiros que foram presos e condenados por contestar, mostrando que a justiça, para o sistema, é muitas vezes seletiva. O povo não esquece que seu grande líder popular foi preso em um processo claramente político e cheio de distorções, uma prova cabal de que a liberdade de expressão e a luta por justiça têm sido criminalizadas. E podemos ir além: o único político que enfrenta de verdade teve que deixar o Brasil e segue sendo ignorado por aqueles que dizem querer salvar o país.

No meio disso tudo, ainda surgem aqueles que se julgam os donos da razão e, com o maior cinismo, contestam quem se mantém firme em seus princípios, os acusando de “dividir a direita”. É preciso questionar quem realmente busca a união. A unidade que eles exigem é, na verdade, a submissão a uma agenda que ignora as falhas do sistema. A verdadeira divisão não é causada por quem critica, mas por quem minimiza as críticas e busca aprovação de quem já demonstrou que o povo é apenas um meio para seus próprios fins.

A manifestação de hoje é um lembrete de que a população está atenta. Discursos vazios e a conveniência política não serão suficientes para conter a insatisfação, muito menos para dar uma solução para os problemas do Brasil, ainda mais quando se acredita que ela está em um mercado financeiro rentista. Ela só virá de um sistema que priorize as pessoas, o desenvolvimento do país e a verdadeira liberdade. Para isso, a crítica, a vigilância e a coragem de questionar são fundamentais. O Brasil precisa de líderes que defendam o povo, e não de candidatos do sistema que fazem discursos convenientes na frente do povo e, pelas costas, mandam sinais ao sistema que só pensa no seu lucro e usa o povo para aumentá-lo. Neste 7 de setembro, é preciso ter clareza de que independência e oportunismo não caminham juntos.

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