
Publicado em 19 de Outubro de 2025 – Por Lorenzo Carrasco e Geraldo Luís Lino
Na segunda-feira 13 de outubro, os brasileiros foram surpreendidos com uma notícia sobre uma pesquisa do Datafolha, segundo a qual 61% dos seus conterrâneos seriam contrários à exploração petrolífera na Bacia da Foz do Amazonas, que deveria ser proibida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A nota da agência Reuters, citada em vários jornais e sites noticiosos, informava que a pesquisa havia sido encomendada pela ONG Eko, descrita como um grupo de responsabilidade corporativa. A coordenadora de campanhas da organização, Vanessa Lemos, emitiu uma declaração informando: “Os próximos meses serão decisivos para o legado de Lula. A maioria dos eleitores brasileiros querem que ele proteja a natureza e o clima”.
A pesquisa, realizada com 2.005 pessoas no início de setembro, indicou que a maior faixa etária de oposição à exploração, se situa entre 15-24 anos, chegando a 73%.
Em paralelo, a Eko comprou uma página inteira na Folha de S. Paulo para transmitir um recado: “Lula: a COP30 não pode falhar… Dezenas de milhares de pessoas em todo o mundo pedem ao presidente Lula: proteja o clima e a natureza.”
Como a pesquisa não consta do site do Datafolha, as informações a respeito dela e a avaliação dos resultados tiveram que ser garimpadas nas notas publicadas pela mídia. De início, salta aos olhos que uma pesquisa que provavelmente foi feita por telefone, com uma amostragem relativamente restrita e questões tão genéricas quanto enganosas (a exploração não se refere à foz do rio Amazonas, mas à Bacia da Foz do Amazonas, uma unidade geológica que se estende pelos litorais do Pará e do Amapá), dificilmente, pode ser considerada como a “opinião média dos brasileiros” sobre o assunto.
Ademais, independentemente do método de entrevistas e da amostragem, é evidente que solicitar a adolescentes opinarem sobre um tema sobre o qual a grande maioria só tem acesso pelas campanhas alarmistas da “indústria do clima” não poderia proporcionar resultados diferentes. Sem falar que essa é uma geração que tem sido alvo de uma autêntica lavagem cerebral orientada pelo enfoque catastrofista, que tem início nos livros escolares dos ensinos Fundamental e Médio.
Por outro lado, vejamos o que é a Eko.
Trata-se de uma ONG virtual registrada como entidade sem fins lucrativos no Distrito de Columbia, Califórnia e Nova York, nos EUA, no Reino Unido e na Irlanda, e não possui uma sede física. Em seu site (www.eko.org), apresenta-se como “um grupo global de consumidores que existe para coibir o poder crescente de grandes corporações”. E prossegue: “Lançada em 2011, nós usamos o poder de ferramentas online para promover campanhas que mobilizam milhões de pessoas para ações que façam mudanças sociais. A nossa comunidade é constituída de uma dedicada equipe que coordena campanhas com os nossos milhões de membros ao redor do mundo.”
Sua especialidade são campanhas virtuais de propaganda contra os alvos corporativos selecionados, que mobilizam dezenas a centenas de milhares de militantes digitais e incluem propaganda paga em meios de comunicação, como o anúncio na Folha e a pesquisa do Datafolha.
O seu board tem a seguinte constituição:
– Emma Ruby-Sachs, diretora-executiva (Chicago, EUA);
– Ismael Savadogo, tesoureiro (Washington, EUA);
– Tate Hausman, membro do Conselho (Nova York, EUA);
– Zeina Khalil Hajj, presidente do Conselho (Amsterdam, Holanda);
– Grace Kim, membro do Conselho (EUA);
– Justine Lucas, Secretária (Nova York, EUA).
Quanto ao seu financiamento, segundo os dados constantes do site, a Eko tem um orçamento anual da ordem de US$ 8-10 milhões, dos quais cerca de dois terços recebidos de contribuições individuais, 27-30% de fundações privadas e o restante de outras fontes. Nada mal, para uma ONG virtual.
Entre as suas campanhas virtuais, incluem-se:
– “Casino: pare de vender carne destruidora da Amazônia”;
– “PayPal: pare de discriminar os palestinos”;
– “Nestlé e P&G: parem de atear fogo nas florestas tropicais da Indonésia”;
– “Salvem o lar dos bonobos nas florestas tropicais”;
– “Amazônia: parem o tratamento cruel dos jumentos”;
– “Zara, Hugo Boss, Apple, Nike: parem de usar trabalho forçado dos uigures”;
– “Líderes mundiais: levantem-se contra Trump”;
– “KFC e Pizza Hut: sem mais desculpas, tirem o desmatamento do menu”.
Curiosamente, não há no site qualquer menção à campanha contra a exploração da Margem Equatorial Brasileira (a última referência é datada de 8 de julho). E a escolha da Folha para divulgar a “pesquisa” e veicular o anúncio não foi casual, uma vez que o diário da família Frias é um dos principais arautos midiáticos da “indústria do clima” no Brasil. Em 2022-23, o jornal publicou uma série de reportagens e artigos sobre temas afins sob o título geral “Planeta em transe”, projeto que recebeu o apoio financeiro da Open Society Foundations do megaespeculador George Soros, um dos principais apoiadores das agendas “verde-identitária”, direitos humanos, promoção da “democracia” e outros temas manipulados para promover intervenções em dúzias de países de interesse das oligarquias globalistas das quais é um dos altos integrantes.
Enquanto isso, os brasileiros genuinamente interessados no pleno desenvolvimento dos recursos naturais do País, seguem aguardando a liberação pelo Ibama da licença para que a Petrobras inicie as pesquisas no litoral do Amapá.