A política brasileira é cheia de surpresas, mas a traição a Jair Bolsonaro por parte de seus supostos aliados beira o surrealismo. Parece que Hugo Motta, presidente da Câmara, e Tarcísio de Freitas, governador, negociaram a aprovação da PEC da Blindagem em troca de rebotar a anistia ampla para Bolsonaro e seus apoiadores. Se o enredo é esse, quem precisa de inimigos com “amigos” assim, prontos para vender a causa por vantagens próprias?
Segundo a imprensa, em um jantar em São Paulo no dia 14 de setembro, Hugo Motta e Tarcísio de Freitas se reuniram numa sala elegante, supostamente para decidir o futuro da anistia, enquanto Bolsonaro ainda se recuperava do hospital. No dia seguinte, 15 de setembro, a imprensa noticiou que Bolsonaro teria dado aval para uma anistia que o deixasse fora do jogo, aceitável para seus aliados. Mas há um detalhe: Bolsonaro estava internado, incomunicável, sem condições de tomar decisões ou saber do que estava sendo dito em seu nome. Isso sugere que prepararam o terreno no jantar, usando a fragilidade do ex-presidente para justificar o acordo sujo. Esses que subiram ao poder com o discurso bolsonarista de moralidade e luta, agora só pensam em garantir seus próprios cargos. A traição é óbvia: estão deixando Bolsonaro de lado e negociando sua prisão por até 10 anos, em um verdadeiro e velado vale tudo pelo poder. Tarcísio de Freitas ganhou destaque e foi eleito com a bênção de Bolsonaro, e Motta virou presidente da Câmara com apoio dos bolsonaristas.
O povo que encheu as ruas em todas as manifestações em apoio à anistia dos presos e condenados pelo “golpe”, incluindo Jair Bolsonaro, também está sendo traído. Tarcísio sempre hesitou em brigar pela anistia, só o fez quando viu a possibilidade de se tornar candidato a presidente. Motta, na primeira pressão que recebeu do governo e do STF, mudou o discurso que o ajudou a chegar à presidência da Câmara. No fim, prestam um verdadeiro desserviço à causa e parecem mais aliados de Lula do que qualquer outro.
Tal traição não é nova e o jantar não foi o primeiro ato do teatro pelo poder. O Centrão sempre fez acordos sujos. Hugo Motta e Tarcísio estão na mesma linha, abandonando Bolsonaro e o bolsonarismo. A base quer uma anistia ampla e justa, mas eles preferem o poder à justiça.
Chegou a hora de a base acordar. Os eleitores que apoiaram Bolsonaro, Tarcísio e Motta não podem ser usados como peões. A traição foi selada naquele jantar. A resposta pode demorar, mas ela virá. Construir narrativa e plantar notícias na imprensa nunca funcionou com essa massa de brasileiros que não suporta ser enrolada. A história da vitória de Jair Bolsonaro mostra isso – quando o sistema acordou, ele já estava no coração da maioria dos brasileiros. Hugo Motta e Tarcísio de Freitas, acreditam que asfaltam o caminho, mas podem ficar marcados como aqueles que acabaram com a esperança do povo. Jair Bolsonaro pode virar esse jogo — não seria a primeira vez —, mas a lição é clara: na política, falsos aliados são mais perigosos que inimigos declarados.