
Publicado em 29 de Outubro de 2025
Ontem, o Rio de Janeiro acordou em guerra. Não é metáfora: nas favelas do Complexo do Alemão e da Penha, 2.500 policiais enfrentaram um verdadeiro “estado de guerra urbana”. O saldo da Operação Contenção: 64 mortos – 60 criminosos do Comando Vermelho e, infelizmente, quatro policiais. Barricadas incendiadas, drones carregados com explosivos, bloqueios na Avenida Brasil e na Linha Amarela. A cidade parou. O medo venceu.
E o que fez o governo federal? O mesmo de sempre, quando se trata de encarar a realidade. Nada. Absolutamente nada.
O governador Cláudio Castro, em coletiva, foi cirúrgico e transparente: “O Rio está sozinho”. Ele revelou três ofícios enviados ao Ministério da Defesa – desde janeiro – pedindo blindados do Exército e da Marinha. A resposta? Silêncio total. “Para emprestar, precisa de GLO, e o presidente é contra”, afirmou o governador, mostrando os documentos oficiais protocolados. Horas depois, o ministro Ricardo Lewandowski apareceu na TV para dizer que “não houve pedido formal para esta operação”. Mentira desmascarada em tempo real. Os papéis estavam carimbados e protocolados. O Planalto, mais uma vez, foi pego no flagrante.
Tão trágica quanto a guerra urbana é a maquiagem da realidade. R$ 1,3 bilhão em publicidade apenas em 2024, segundo dados do TCU. Para 2025, a previsão é de gastos ainda maiores: R$ 3,5 bilhões em propaganda oficial. Bilhões gastos para vender ao país — e ao mundo — uma versão fictícia de um Brasil que não existe.
A prioridade do governo federal é vender uma imagem de “paraíso” enquanto ignora a dolorosa realidade das ruas. Para isso, conta com vozes alugadas que saem em defesa do Planalto, propagando narrativas distorcidas que não levam em conta o sofrimento reals, a crise da segurança pública e o desespero das famílias.
O presidente que chamou traficante de “vítima dos usuários” — frase feita em 24 de outubro, só retratada após forte rejeição — prefere posar de bonzinho em campanhas e lives do que enfrentar o crime organizado com a seriedade que o problema exige.
A GloboNews foi a primeira a correr em defesa do Planalto, conduzindo um discurso confortável a partir do ar-condicionado dos estúdios na Zona Sul: “Castro é contra a PEC da Segurança Pública e agora quer ajuda federal,” acusaram. Politizar a morte de quatro policiais, o caos instaurado com bandidos armados até os dentes, isso sim é jogar com a dor alheia. A PEC, vendida como solução mágica, na verdade é um cheque em branco dado ao Executivo para controlar todas as polícias civis, militares e rodoviárias do país. Mas de que adianta isso, se, por exemplo, a Polícia Federal pode parar até de emitir passaportes por falta de recursos? Como comandar 600 mil policiais sem sequer ter dinheiro para papel e tinta?
O Rio não precisa de PEC. Precisa de GLO, de blindados, de inteligência, de união e ação concreta. Castro prendeu 81 criminosos na operação, mas quatro heróis não voltam para suas famílias. E o Comando Vermelho já repõe essas perdas, recrutando novos traficantes nas esquinas.
Lula gasta fortunas para parecer bonzinho; o povo do Rio paga com sangue para sobreviver. Essa é a conta que o governo federal se recusa a arcar. As prioridades do governo petista passam longe das necessidades reais da população.
Enquanto isso, a Cidade Maravilhosa vira a cidade do desespero, e o Brasil observa o triste espetáculo da omissão de quem fala muito e faz muito pouco.