A traição: o jogo sujo da narrativa contra o bolsonarismo

Todo dia, líderes sem rosto do PL e do Centrão plantam notícias para moldar narrativas e manipular a direita. A mais recente alega que Jair Bolsonaro garantiu a aliados anônimos que nenhum filho concorrerá à Presidência em 2026. No mesmo dia, Eduardo Bolsonaro declarou que se o pai não puder disputar, ele será candidato. Coincidência? Não, é estratégia. Uma manobra para isolar a família Bolsonaro e abrir espaço para candidaturas “moderadas” como Tarcísio de Freitas, usando o capital político do bolsonarismo.

Bolsonaro é refém. Preso em casa com tornozeleira desde julho de 2025, enfrenta medidas draconianas no inquérito sobre coação à Justiça. Um fato grave: a denúncia já foi feita pela PGR e Jair Bolsonaro não faz parte dela. Sua defesa pede revogação, argumentando que as cautelares são arbitrárias. Juristas veem brechas para soltura, mas o PL e o Centrão, que surfaram no bolsonarismo em 2022, calam-se. Por quê? Aparentemente não querem confrontar o STF. Se dedicassem metade do empenho que usam para plantar fofocas na imprensa, poderiam mudar o jogo. Mas preferem ora silêncio, ora a futrica.

Na luta pela anistia ampla, geral e irrestrita aos presos do 8 de Janeiro, incluindo Bolsonaro, o cenário é pior: puro teatro legislativo. A urgência do PL da anistia foi aprovada em setembro na Câmara, com 257 assinaturas. Mas, desde abril, o Centrão articula a “redução de penas”. Uma proposta de progressão de regime ou revisão de penas pelo STF, que não liberta ninguém, nem muda a situação do maior líder da direita brasileira. Para o Centrão, Bolsonaro calado e impedido é o ideal – um símbolo útil, mas inofensivo.

E quem não se cala vira alvo. Eduardo Bolsonaro, do exílio nos EUA, é a pedra no sapato. Ele mantém a luta pela anistia, sem concessões, alertando que, sem ela, as arbitrariedades continuarão e o sistema esmagará quem resistir. Mas o PL e o Centrão o atacam, plantando que ele divide a direita, busca poder e dinheiro, e “prejudica o pai”.

Valdemar Costa Neto, líder do PL, já disse que Eduardo é um problema e que sua candidatura poderia “matar o pai”. O mesmo Valdemar que falou em “planejamento de golpe”, depois recuou chamando de “movimento”,  declarações que só enfraquecem Bolsonaro. Eduardo, sem apoio financeiro do PL, só falou em candidatura em 2026 caso o pai esteja fora da disputa. Sua consistência incomoda quem quer o bolsonarismo domesticado.

Ciro Nogueira, presidente do PP, é outro exemplo. Entusiasta da candidatura de Tarcísio, ele se oferece como vice, alegando “aval” de Bolsonaro. Mas, no Piauí, patina: uma pesquisa de setembro o coloca em terceiro lugar para o Senado, com risco de perder a reeleição. Seu desespero explica a tática: usar o bolsonarismo para se salvar em 2026, sem se comprometer com a luta de Bolsonaro ou com a anistia. 

No fim, isolar Eduardo é parte do plano de “mudança” que mantém o status quo.

Nas sombras ou às claras, o objetivo é um só: surfar no capital político de Bolsonaro, mas abandoná-lo como refém do sistema. A imprensa amplifica essas fofocas, desviando a atenção do público de problemas reais, favorecendo o governo Lula que sustenta a máquina de narrativas com verbas publicitárias bilionárias. É o jogo sujo de sempre.    

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *