Publicado em 02 de Setembro de 2025
Ao que tudo indica, o único “crime” que mobiliza toda a estrutura institucional do Brasil é ser populista. A revista The Economist diz que o Brasil sentará à mesa das democracias maduras caso condene Jair Bolsonaro, um populista que tem mantido o país em uma década de tensão polarizada. As disfuncionalidades do processo, a falta de materialidade na acusação ou a pressa para condenar o ex-presidente às vésperas do pleito de 2026 pouco importam. O que importa é excluir da vida pública brasileira o populista.
Populistas carimbados pelo complexo midiático e de ONGs são tratados como inimigos do Estado — no mundo inteiro, França, Alemanha e Sérvia estão “caçando” políticos populistas como inimigos da ordem constitucional, como inimigos do Estado. E, contra estes, deve ser aplicado todo o peso do Estado burocrático de direito. Ser populista é ser inimigo do Estado.
Segundo a The Economist, populismo é uma “ideologia fina” (“thin-centred ideology”) que estrutura a política como um confronto moral entre o “povo puro” e uma “elite corrupta”, sem oferecer um programa político completo, servindo principalmente como retórica no debate público. O conceito é oco, frágil e pouco convincente quando se retira sua dimensão mística.
O conceito de populismo é praticamente um rótulo de germe do fascismo italiano, do socialismo soviético e do nazismo. Sem qualquer compromisso com a comprovação desta tese, a mídia sempre rotula políticos populares e anti-establishment como populistas, mas nunca prova que eles potencialmente cometerão massacres administrativos ou perseguirão opositores.
O caso de Bolsonaro escancara essa lógica perversa: o ex-presidente, ao chegar ao poder, não perseguiu a oposição, precisou lidar com crises de todos os gêneros e não esboçou, em momento algum, usar recursos ilegais ou heterodoxos, estando comprovadamente distante de qualquer tipo de fascismo ou totalitarismo.
Mas o que justifica essa perseguição? A possibilidade de Bolsonaro voltar ao poder e romper com o paradigma neoliberal, elemento comum com os demais “populistas” perseguidos mundo afora. Nesse caso, Bolsonaro merece sentir todo o peso do Estado burocrático de direito — ser desprovido de direitos fundamentais e humanos, sem qualquer tipo de proteção institucional. Populistas são inimigos do paradigma neoliberal, e, por isso, devem ser eliminados.