As manifestações de 7 e 21 de setembro de 2025 expuseram o contraste entre a força popular e a manipulação midiática. O 7 de setembro, com multidões espontâneas movidas por convicção, foi ofuscado por manchetes secundárias, enquanto os atos de 21 de setembro, inflados por artistas da Lei Rouanet e promovidos pela imprensa, ganharam destaque artificial.
Essa narrativa, apoiada por pesquisas que sugerem equilíbrio inexistente, tenta apagar a voz das ruas e criar uma ilusão de paridade. Falta um VAR para chamar a verdade ao jogo. No Dia da Independência, São Paulo, Rio e Brasília viram um mar de bandeiras verde-amarelas. Sob o lema “Reaja, Brasil”, milhares se reuniram sem convocação direta de Jair Bolsonaro, em prisão domiciliar e incomunicável. As pautas incluíam anistia para Bolsonaro, liberdade para os presos do 8 de janeiro e críticas ao STF, especialmente a Alexandre de Moraes, acusado de autoritarismo.
Na Avenida Paulista, a multidão ocupou seis quarteirões. Em Copacabana, faixas de “Anistia Já” e gritos de “liberdade” marcaram o ato. Capitais e cidades pelo Brasil repetiram o cenário. A espontaneidade foi o diferencial: sem apoio estatal ou celebridades, o povo se mobilizou por indignação contra o governo Lula e o STF. Imagens aéreas mostraram a magnitude, mas jornais como O Globo e O Estado de S.Paulo minimizaram os atos, priorizando temas como economia. Até o New York Times, crítico à direita, reconheceu o impacto, mas a imprensa brasileira usou ângulos restritivos para diluir a escala.
Em 21 de setembro, o cenário foi oposto. Movimentos de esquerda, ligados ao PT e PSOL, como Povo Sem Medo e Brasil Popular, realizaram atos em 33 cidades. As pautas criticavam o Congresso e a anistia dos presos do 8 de janeiro. Na Paulista, dois quarteirões foram ocupados; em Copacabana, o público foi modesto, inflado por artistas como Chico Buarque e Caetano Veloso.
Longe de espontâneos, os atos foram orquestrados por sindicatos, ONGs e imprensa, que promoveu as convocações. Essa mesma imprensa, beneficiada por verbas publicitárias das torneiras reabertas por Lula, contrastou com a quase silenciosa cobertura do povo em apoio à anistia e a Jair Bolsonaro.
Portais como UOL e Folha de S.Paulo destacaram os eventos do dia 21, com artistas ligados à Lei Rouanet, que captou R$ 765,9 milhões em 2025 — alta de 37,8% ante 2024. Esses artistas deram artificialidade ao ato, como se Lula usasse a cultura para simular apoio popular. Manchetes sugeriram relevância, mas imagens aéreas revelaram baixa adesão, com closes manipulando a percepção.
Pesquisas também foram utilizadas como instrumento da narrativa, sugerindo equilíbrio. Amplificados por G1 e UOL, esses números, junto a postagens nas redes, inflaram o 21 de setembro, ignorando a espontaneidade do 7. O 7 de setembro foi genuíno, movido por revolta contra o autoritarismo judicial, sem máquina estatal. O 21 foi um show coreografado, com imprensa e artistas criando relevância fabricada.
A cobertura desigual, com holofotes para o 21 e silêncio para o 7, escancara o viés midiático. O Brasil segue refém de narrativas que tentam calar o povo. O 7 foi a voz de milhões; o 21, um espetáculo montado. Só há um ponto em comum: o povo pagou a conta de ambos, mas só um representou sua voz.