A máxima atribuída a Lenin, “acuse-os do que você é, diga que eles fazem o que você faz”, parece ser a estratégia da chamada direita permitida, representada por figuras como Valdemar da Costa Neto, Ciro Nogueira e Tarcísio de Freitas, para consolidar-se como herdeira do bolsonarismo, mas sem Jair Bolsonaro. Enquanto o ex-presidente enfrenta um silêncio imposto por restrições judiciais, esses atores políticos aproveitam para moldar narrativas que os favoreçam, lançando ataques abertos ou disfarçados contra Eduardo Bolsonaro, o único que permanece firme na defesa da anistia, a única solução real para a crise que o Brasil atravessa.
O bolsonarismo, como movimento, nasceu de uma insatisfação profunda com o sistema político, marcado por corrupção, acordos de bastidores e interesses pessoais. Não é apenas uma corrente ideológica, mas uma expressão de princípios que rejeitam o pragmatismo oportunista em favor de convicções sólidas. No entanto, a direita permitida parece querer desviar esse legado para um projeto de poder mais aceitável ao sistema. Para isso, recorre à estratégia de acusar os outros de suas próprias intenções, desqualificando quem representa a essência do movimento.
Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, é um exemplo claro dessa tática. Recentemente, ele afirmou que Eduardo Bolsonaro, ao cogitar uma candidatura presidencial, estaria ajudando a matar o pai. Mais recentemente, insinuou que o interesse de Eduardo seria financeiro. Essas acusações não apenas carecem de fundamento, mas refletem o que muitos suspeitam ser a verdadeira motivação de Valdemar: manter o partido como máquina de poder.
Ciro Nogueira, por sua vez, adota um tom mais coercitivo, pregando a união da direita sob a ameaça de uma reeleição de Lula. A união que ele defende, porém, soa como submissão à sua própria agenda. Nos bastidores, é sabido que Ciro almeja ser vice em uma chapa encabeçada por Tarcísio de Freitas.
Tarcísio, que se projetou à sombra de Jair Bolsonaro, é o caso mais emblemático. Sua defesa da anistia soa forçada, motivada por conveniência política. O movimento bolsonarista, atento, não se deixa enganar por gestos planejados e já o enxerga como aquele que chegou agora e quer sentar na “janelinha”.
A direita permitida aproveita o silêncio imposto a Bolsonaro para plantar narrativas convenientes na imprensa, que atua como amplificadora desses interesses. Acusam Eduardo de oportunismo, divisão e até deslealdade, enquanto seus movimentos, ações e declarações buscam diluir o bolsonarismo em um projeto de poder que passa longe de sua essência.
A base bolsonarista não aceitará uma anistia superficial, que sirva apenas para acalmar o sistema, nem uma chapa que não represente suas convicções. Eduardo Bolsonaro, ao manter sua postura firme, representa a resistência e a coragem para enfrentar o sistema, não para se acomodar a ele.
Enquanto a direita permitida tenta se apropriar do bolsonarismo, o movimento permanece vigilante. A tentativa de desqualificar Eduardo, de apresentar Jair como um líder do passado e de transformar o bolsonarismo em um produto eleitoral genérico está fadada ao fracasso. A força desse movimento está na sua autenticidade, na recusa em ceder aos jogos de poder que sempre dominaram a política brasileira. Seus princípios são inegociáveis.