Os 27 golpes fiscais: Lula não aumentou imposto, reescreveu a curva tributária

Em três anos, praticamente todo o sistema tributário brasileiro foi revirado. Combustíveis, crédito, importação, fundos, câmbio, seguros, nada ficou de fora. Foram 27 aumentos de impostos em apenas 36 meses. E ainda querem mais. O que estamos vendo não é um simples ajuste fiscal, mas uma mudança de escala. O governo está redesenhando o tamanho do Estado que o país será capaz, ou obrigado, a sustentar daqui pra frente.  

Cada aumento tem sido apresentado como solução imediata, mas o conjunto mostra um padrão claro: a consolidação de um Estado que se organiza para retirar, não para desenvolver. Em vez de explorar suas próprias riquezas, o país prefere extrair do cidadão o que não consegue produzir. O potencial energético, mineral e industrial continua travado, enquanto o Tesouro encontra no bolso do contribuinte o único recurso realmente disponível.  

Os 27 aumentos não são decisões isoladas. São parte de uma engrenagem que se alimenta de si mesma, mesmo quando a sociedade já não tem mais de onde tirar. O Estado cobra mais, gasta mais e entrega menos. O resultado é um povo viciado em sobreviver com pouco e um empobrecimento programado que garante a sobrevivência de uma máquina cada vez mais cara.  

A arrecadação recorde de 2024 não veio da prosperidade, mas do aperto. O país arrecadou mais porque exauriu quem produz. A base produtiva foi tratada como reserva de emergência, e o setor formal virou a principal fonte de financiamento da ineficiência pública. Cada novo imposto é uma confissão: o governo não sabe gerar riqueza, apenas capturá-la.  

Esse modelo não corrige desigualdades, apenas as cristaliza. Quem investe, emprega e produz sustenta o gasto que mantém a ilusão de estabilidade. O círculo se fecha: o Estado arrecada para preservar sua própria estrutura, e a sociedade encolhe para caber dentro dela.  

O Brasil segue preso à lógica da dependência interna. Diante de uma riqueza natural inexplorada e de um potencial produtivo contido por amarras ideológicas, o governo recorre ao caminho mais fácil: transformar o povo em fonte de arrecadação e o contribuinte em fiador do seu próprio empobrecimento.  

Os 27 golpes fiscais não foram apenas medidas econômicas. Foram o marco de uma escolha política: a de manter o país refém de uma máquina que consome o que deveria libertar. A curva tributária foi reescrita, e com ela, a ideia de desenvolvimento.

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