Amarga colheita

Luiz Inácio Lula da Silva, tendo como platéia os seus cúmplices – ministros, cargos em comissão e a grande imprensa – subiu ao palco com sua lábia de botequim naquela fanfarra inesquecível de dezembro de 2024, jurando que 2025 seria o “ano da colheita”! Picanha suculenta, cervejinha gelada, viagens de avião para todos e um Brasil nadando em prosperidade. Quem não embarcou nas promessas de Lula? Ora, quem conhecia a essência do corneteiro – aquele que, segundo vozes do passado, traía os metalúrgicos nos anos 80, tomando whisky com os figurões da Volkswagen, Ford, Mercedes e cia., enquanto posava como herói do ABC. Ele nunca mudou. Até quando foi “preso político” no início dos anos 1980, a masmorra do mártir, segundo relatos, não tinha grades, mas tinha sofá. 

E hoje, a colheita propagada por Lula chegou: uma safra de inflação, crise fiscal e promessas tão podres quanto uma caixa de tomates esquecida por uma semana no sol de 40º de Garanhuns.

Não podemos esquecer que antes dessas promessas repetidas,  o líder de papel soltou a pérola: “em setembro vai entrar o grosso” – e, desde lá, o povo brasileiro vive um eterno setembro, como no filme Feitiço do Tempo! O grosso tem entrado mês a mês – o grosso do rombo fiscal, da inflação e da incompetência! A semente mais venenosa dessa colheita é a implosão fiscal, adubada com doses cavalares de descaso. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), que deveria garantir um mínimo de seriedade fiscal, transformou-se num circo de horrores, como escancaram os gráficos que mostram um colapso iminente. 

Parabéns, Lula, por transformar o arcabouço fiscal – aquele que seu governo vendeu como a salvação da pátria – em um terreno estéril que desmorona na primeira chuva. A equipe econômica? Um elenco de figurantes perdidos, completamente desacreditados enquanto o país afunda. Mas não se engane: Lula sabe muito bem o que está fazendo e a quem está agradando – os grandes bancos e a elite financeira, que nunca estiveram tão felizes.

Outro fruto podre do terreno é a fuga de capital estrangeiro, tão épica que a Bolsa de Valores brasileira virou cenário de filme de terror. Investidores internacionais, que Lula provavelmente chama de “gringos gananciosos”, estão fugindo como se o Brasil fosse um campo envenenado. E quem pode culpá-los? Com um governo que cultiva a economia como quem joga sementes ao vento em um deserto, o único investimento seguro por aqui seria em calmantes para suportar a realidade. Lula, claro, sabe disso e não se importa – afinal, os lucros bilionários dos bancos com os juros da dívida pública e o consignado estão garantidos, e é isso que importa para quem ele realmente serve.

A raiz mais amarga dessa safra é a inflação, que Lula finge ser um detalhe irrelevante. Café, carne, azeite – itens que até ontem eram a base do carrinho de compras – agora vêm com alarmes antifurto nos supermercados. Isso mesmo, enquanto o brasileiro  sonhava com picanha, o governo entregou um Brasil onde até o óleo de cozinha virou jóia. Quem está gargalhando?  Os bancos, claro, nadando em bilhões enquanto o povão faz mágica para pagar o arroz. Lula, o autoproclamado “pai dos pobres”, sabe exatamente quem sai ganhando com essa crise, e não é o pobre, o trabalhador, o pai de família que ele jura defender.

A última erva daninha do campo é o sistema previdenciário, que está a um passo de virar uma massa falida. Para aposentados e trabalhadores, a única certeza no futuro é o vazio na conta bancária. Nada de reformas sérias. Isto é coisa para governos que não vivem de palanque. 

Um brinde – com cerveja quente – ao Brasil , onde cada dia traz um novo escândalo, e o marido de Janja, com seu sorriso de quem sabe para quem trabalha, segue devastando. 

Lula prometeu uma colheita de fartura, mas entregou uma safra rançosa de crise, desconfiança e desigualdade. A picanha virou osso, a cerveja virou água, e as viagens de avião ficaram no delírio, porque na vida real o brasileiro está bem preso no chão, afogado em preços altos e promessas quebradas. Não se iluda: Lula sabe muito bem que sua colheita beneficia os bancos e a elite, enquanto os mais pobres – aqueles que ele usa como escada eleitoral – colhem o gosto amargo de um governo que trocou responsabilidade por bravatas e competência por cortinas de fumaça.

Se o Brasil quiser escapar desse pesadelo estéril, é hora de arrancar as ervas do populismo e semear soluções de verdade. Caso contrário, a próxima colheita não será apenas amarga – será devastadora. 

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