No debate público brasileiro a economia é considerada uma variável no cálculo de popularidade de um presidente, de seus ministros e da composição do governo como um todo.

No entanto, pouco se fala do efeito político da crise econômica, sobre os impactos do empobrecimento na população.

Apesar do ônus da impopularidade, falta de confiança de alguns setores da sociedade e outros efeitos indesejados para o governo, o empobrecimento da população também desarma o cidadão, tira seu poder de reação diante dos tiranos.

A luta pela sobrevivência é incompatível com a construção da cidadania e da ordem política, por isso cidades invadidas na antiguidade tinham sua infraestrutura destruídas por invasores, pois a luta pela sobrevivência dos invadidos impedia qualquer retaliação.

Ao olhar para as ações do governo levando em consideração esses efeitos da pobreza, há de se considerar que existe um plano de empobrecimento programado, metodológico e planejado para garantir que o PT se mantenha no poder.

Um claro exemplo de como a prosperidade econômica impacta diretamente a política, é a revolução hoplita promovida durante a idade média grega. Inicialmente, o poder militar estava concentrado nas mãos da aristocracia, que possuía os recursos necessários para adquirir armamentos caros e cavalos. No entanto, com o crescimento do comércio e a consequente acumulação de riqueza por parte de outros segmentos da sociedade, mais indivíduos puderam arcar com os custos da panóplia — o conjunto completo de armamentos hoplitas, incluindo escudo, lança, capacete e couraça. Essa democratização do acesso ao equipamento militar permitiu que cidadãos não aristocratas participassem efetivamente das forças armadas.

A formação do exército hoplita, caracterizado pela falange — uma formação compacta de soldados —, refletiu essas mudanças sociais e econômicas. A coesão e disciplina exigidas pela falange promoviam um senso de igualdade e solidariedade entre os combatentes, reforçando a identidade coletiva da pólis. Assim, o desenvolvimento econômico que ampliou o acesso aos armamentos contribuiu diretamente para a formação e consolidação do exército hoplita, transformando as práticas militares e a estrutura social das cidades-estado gregas.

Assim, a possibilidade de garantir a compra de equipamentos militares foi um fator essencial para o desenvolvimento da cidadania na Grécia. Os homens tiveram recursos para defender suas terras e sua pátria. Com o desenvolver da história das cidades-estado o conceito de cidadania foi considerado como ligação com a terra.

Nos nossos dias o que vemos é o desmantelamento dos poderes produtivos da nação, para que o poder burocrático do Estado possa administrar a pobreza e fazer do cidadão seu escravo, diferente do cidadão grego, ligado à terra e poderoso o suficiente para defendê-la, seja de invasores ou tiranos.

A tecnocracia não será imposta por um decreto estatal, mas com a destruição da possibilidade de produzir, criando um problema que será solucionado com a administração técnica da pobreza.

O plano é destruir a economia e a possibilidade de se produzir, para logo depois oferecer esmolas e benefícios para os escravos obedientes.

Para ter sua vitória política, a tecnocracia precisa do empobrecimento programado, de forma metodológica para que nada saia do controle, de forma constante, para impedir qualquer reação.

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